Baseado nos melhores dados científicos disponíveis, o inédito Índice de Impacto nas Águas da Amazônia sintetiza dados de monitoramento e pesquisa para apontar as áreas mais vulneráveis.
Texto: Kevin Damásio, Letícia Klein e Ronaldo Ribeiro
Mapas: Laura Kurtzberg
Consultora Científica: Cecília Gontijo Leal
Coordenação: Thiago Medaglia
5 de maio de 2022, Ambiental Media
Reportagem vencedora do Prêmio Cláudio Weber Abramo de 2022, na categoria Visualização, e do prêmio World Digital Media Latam 2022; finalista do prêmio World Digital Media Global 2022.
Amazônia perdeu 12% da sua superfície de água – um total de 1.104.575 ha, equivalente à metade do território de Sergipe – nos últimos 30 anos, anunciou em setembro do ano passado um levantamento da rede colaborativa MabBiomas. Segundo a iniciativa, “a dinâmica de uso da terra baseada na conversão da floresta para pecuária e agricultura e a construção de represas contribuem para a diminuição do fluxo hídrico”.
Um dos principais resultados do Índice de Impacto nas Águas da Amazônia (IIAA), desenvolvido pela Ambiental Media com apoio do Instituto Serrapilheira, aponta na mesma direção: um quinto das microbacias hidrográficas da Amazônia brasileira estão significativamente impactadas.
Esses números negativos impressionantes expõem a real extensão da degradação dos ecossistemas aquáticos da Amazônia e indicam que a crise hídrica brasileira é ainda mais grave do que aparenta. “É preciso uma revisão urgente das políticas de conservação do meio ambiente voltada às águas”, afirma a bióloga Cecília Gontijo Leal, consultora científica do projeto Aquazônia.
O IIAA, criado para contribuir com esse debate, não pretende ser uma ferramenta de precisão acadêmica, mas um produto de jornalismo científico com base em dados disponíveis. Seu objetivo é expor as regiões e bacias mais impactadas com clareza gráfica, ao lado de opiniões qualificadas. E, com isso, tornar-se uma plataforma de referência para o entendimento dos principais impactos da atividade humana nos ecossistemas aquáticos da Bacia Hidrográfica Amazônica, que cobre uma área de 7 milhões de quilômetros quadrados ao longo de oito países e responde por aproximadamente 18% de toda a água doce que chega aos oceanos.
Mais do que ostentar números de proporções colossais, a água na Amazônia é o agente de conexão. Ela transborda do degelo dos Andes e escorre na forma de rios que, ao longo de seu curso, alimentam comunidades humanas e irrigam matas e planícies ricas em espécies de fauna e flora. A evapotranspiração da biomassa vegetal transfere água para a atmosfera em um ciclo anual de chuvas que retroalimentam os estoques do bioma e viajam continente afora – os chamados “rios voadores” irão irrigar lavouras e garantir o abastecimento de centros urbanos mais ao sul do Brasil.
Clima, economia, ciência, cultura, ecologia, energia, política, biodiversidade: isto é a floresta-água.
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